quarta-feira, 23 de setembro de 2009
Dois casamentos (e a falta de uma rima)
No final de semana passado Cyn e eu fizemos parte de uma saga matrimonial: dois casamentos (com festa) em 12 horas. Parece bastante tempo, e seria não fosse a distância entre um evento e outro, a necessidade da troca de roupa, e o fato de estarmos sem carro. Conseguimos emprestar um bólido e chegamos aos dois casórios 45 minutos atrasados. Para nossa sorte ambos também começaram bem atrasados, e conseguimos vê-los inteiros. Ainda bem, porquê eu iria participar de um deles.
Ambos foram muito agradáveis, os dois tinham o clima campestre em comum e se diferenciavam pelo número de convidados, uns 70 no primeiro , uns 200 no outro. Mas o que realmente nos chamou a atenção foi que o que eles mais tinham em comum era o de serem , digamos, alternativos. Talvez você que lê já tenha ido a centenas de casamentos, dentre eles alguns diferentes, assim pode ser que você entenda o que digo aqui.
Importante é frisar que o alternativo nesse caso, se refere ao que todo mundo pensa basicamente de uma estrutura cerimonial de casamento, o que há em comum à maioria das crenças e ritos. Noivo, noiva, pais, alianças ou algo similar e um sacerdote ou juiz de paz que abençoa ou decreta a realização do matrimônio.
É assim que pensamos o básico do que seria uma cerimônia.
Nesses dois casamento em que fomos a premissa era ter alguém que falasse sobre os noivos. Num deles, apesar de haver um sacerdote, eu fui o encarregado da missão, com muito prazer diga-se de passagem. No outro uma dupla de amigos “realizou” a cerimônia citando adágios jocosos sobre casamento sempre do tipo “casamento é como submarino, às vezes bóia, mas foi feito pra afundar” e fazendo todo o tipo de referências a profissão dos dois, já que todos ali incluindo os noivos e minha amada esposa, eram biólogos, menos eu.
Os noivos do primeiro tem sua crença particular em Deus, os do segundo são ateus de carteirinha e discurso científico. O primeiro casal tem em seus ofícios a criatividade, a arte, a expressão. O segundo tem a razão, a ciência na busca das origens das coisas e de seu futuro. Os dois casais no entanto desejavam celebrar a união homem-mulher independente de qualquer pré-concepção e igualmente tentaram fazê-lo para o congraçamento com seus familiares e melhores amigos. Ninguém os havia obrigado a nada, nem a pressão familiar. Eles desejavam apresentar-se como casados e celebrar o encontro e compromisso com outro ser a quem simplesmente amavam.
Imagino que todos saibam das minhas convicções. Creio num Deus que nos ama, que tem prazer no encontro entre homem e mulher, na instituição de famílias, no caminhar, no aprendizado, e muito mais, numa vida abundante. Creio que esse mesmo Deus olha com amor a todos desejando relacionamento com cada um sem forçar ninguém a nada.
Creio que todo amor verdadeiro vem dele, ainda que alguns que sentem não saibam. Creio e experimento que relacionar-se intimamente (e isso é muito mais do que , apesar de também ser, fisicamente), com outra pessoa e com Ele é algo sobrenatural e não ordinário, corriqueiro.
Creio em tudo isso por experimentar, e por ter sido escolhido para testemunhar essas duas uniões sinto um desejo incrível de que Ele abençoe meus grandes amigos Keko & Gi e o casal Simone & André
Para mim, no contexto em que vivemos ser alternativo é não ir no rumo que o mundo vai. E amar sem reservas, como acredito que esses casais façam, é então ser quase revolucionário.
Fica aqui meu desejo,
Aos casais, Feliz Vida.
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Que aventura vcs passaram hein!
ResponderExcluirDois casórios em um só dia e tão diferentes do convencional...
Achei muito divertido!
Ai que saudades desse diaaaaaaa...
ResponderExcluirChorei...