UM DESENHO POR SEMANA

quinta-feira, 5 de julho de 2007

Um outro dia, agora 30



Nada muda de 29 para 30 anos. É exatamente como passar de 28 para 29, com uma diferença, você pensa que muda.
Hoje acordei como em qualquer dia, para trabalhar, e fiz as coisas que sempre faço. Pensei em colocar uma roupa diferente, melhor, que eu gostasse, mas não o fiz. Acabei vestindo o padrão de sempre. Pensei em comer algo diferente no café da manhã, mas não comi. Só as bolachinhas e o chá de sempre. Pensei, a partir daí, que o resto do dia seria assim, igual.

Foi então que percebi algumas coisas. Eu não havia mudado. Ninguém havia mudado. O mundo estava igual. Eu podia continuar ouvindo meu bom e velho Rock’n Roll, podia usar camisetas, bermuda, podia escrever aqui, podia rascunhar no meu famigerado bloquinho de anotações, podia continuar tocando minha Les Paul de madeira alaranjada, podia continuar ensaiando com o pessoal, podia continuar a aprender, podia continuar a mandar e-mails para minha namorada-noiva e futura esposa.Podia continuar torcendo pelo Palmeiras, podia continuar gostando de torta de morango no meu aniversário. Podia continuar compondo, podia pintar camisetas, podia ler meus livros, podia continuar com os mesmos amigos, podia conhecer outros, podia continuar pensando, podia continuar sonhando, projetando, podia continuar a agradecer a Deus pela vida que ele me deu. As mudanças pelas quais eu precisei, preciso e precisarei passar, nada a tinham ou tem a ver com o fato das três décadas chegarem.

Voltarei à frase inicial. Nada muda, o que muda é que quando idades tabu chegam, acontece de pensarmos que as coisas de repente se alteram. E nada, ou quase nada, acontece assim. É necessário processo. Como o famoso regime que começa na
segunda–feira, nada muda do domingo pra segunda, se você não mudou . Se você passou por mudanças, várias coisas influenciaram, muito mais do que o arrancar das folhas do calendário. Aquela coisa , por exemplo, da maioridade, de repente 18 anos, alguém que não era, mas passa a ser responsável por qualquer ato seu. De repente 21, de repente 30, de repente 40, 50, 60. Gostamos de números símbolo, gostamos de motivos, de limites para começar e terminar as coisas. Nossa alma que busca sempre por liberdade é pouco inteligente para aproveitá-la. Ciclos começam e terminam independente dos números “redondos”.

Onde você está agora? Em que ciclo, em que fase? Lembre-se, não estou perguntando sua idade, mas sim onde você se encontra, qual é o seu mundo, seu motivo, sua alma?
As idades “redondas” servem para isso, só para gente lembrar que nada muda rapidamente, e que a agente certas vezes tem que parar, pegar o mapa e ver onde nos encontramos. Embora hoje seja mais fácil usar o Goggle earth. É, as coisas mudam...

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