Como diria Caetano, e que ele me desculpe a ironia, “é hoje o dia da alegria...”. Pelo menos para o Senador Renan Calheiros, porque eu temo que para nós, povo, a tristeza está pensando seriamente em chegar. E começou bem, com pancadaria e tudo mais. Senadores. Deputados. Senadores. “Pela ordem, senhor presidente.” Podemos vê-los, em ordem, antes da sessão que será fechada, na qual nosso progresso pode ser cada vez mais atrasado. Questão de ordem. É, questão de “ordem e progresso”. Se a ditadura acabou, ainda hoje somos violentados pelas nossas escolhas. Não temos repressão militar. Temos repressão moral, ética. Reprimem nossa esperança com as coisinhas da política tupiniquim. Que me perdoem os filhos desta terra por de certa forma sujar o nome da tribo.
Quando achamos que poderíamos ficar um pouquinho contentes com o julgamento do pessoal do mensalão, as portas se fecham e não saberemos quem disse o quê no caso do atual presidente do senado. Assim, a ordem é ficar esperando. A ordem é apostar numa roleta russa, toda vez que votamos. E não se assustar se a arma pára com o cano virado para nós. É a vida, pelo menos quando se fala em política. É a ordem do caos ético.
E o progresso? Ah, sim, o progresso. Ele fica lá, junto com a nossa esperança num quarto fechado a sete chaves. É por isso que nossa esperança tem que estar em outra coisa que não em Brasília, que não no Brasil, ou a China ou nos EUA. Não deve estar na política, ou nas empresas, na União européia ou no Bono Vox. Quando nosso presidente da República foi eleito para o primeiro mandato, disse que “a esperança venceu o medo”. Venceu. Mas agora o medo da população é estar perdendo a mesma esperança que certas vezes teima em existir.
Ficamos, hoje com o escuro, com as portas fechadas em nossas caras.
Medo, escuro, falta de esperança. A ordem de Brasília é essa. Eis a questão.
Nota do autor: como ilustração, pensei em colocar a bandeira do Brasil aqui por causa dos escritos "ordem e progresso". Noentanto, achei injusto com o símbolo do país que não é só formado pela classe política.
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