Na verdade eu tinha pensado em colocar como título “Assassinos por natureza”, mas achei forte demais. Talvez não seja. Quantas guerras estão acontecendo no mundo? Por que ocorrem? Talvez pareça uma pergunta comum, que todos já se fizeram um dia, mas ela vem de uma fonte diferente dessa vez.
Lembra do tal Caim que matou o irmão Abel por ciúme inveja? Cortes, feridas e agressões são feitos por toda sorte de motivos possíveis e até mesmo improváveis. Por causa de fronteiras, por causa de combustível fóssil, por pedaço de terra, por sexo, por diferença de cor ou credo e ainda mais, pelo motivo original de quase todos esses, o tal do “faz-me rir”. E se passam pela sua cabeça, frases como “é, verdade, como é que o ser humano pode fazer essas coisas?!”, pense diferente. Coloque o pronome “nós” no lugar de “ser humano”, flexione o verbo e aí a sentença estará mais próxima da exatidão sintática e semântica.
Nós temos essa vocação bélica. Uma lutinha, uma disputa, seja por qual for o motivo, pode despertar em nós nossa porção Átila, o huno, há muito adormecida. Ficamos irados, David Benner dá lugar ao cara verde, e no alto de nossa nenhuma razão, fazemos coisas absurdas, como por exemplo, agredir quem amamos. Sim, se os loucos de nossa história fizeram um sem número de atrocidades com pessoas que não conheciam, nós o fazemos com quem conhecemos, e ainda mais, com quem gostamos. Sinceramente, não sei o que é mais irracional.
Por necessidade de afirmação, cansaço, egoísmo, pelos cuidados excessivos com as coisas, por dinheiro ou pela falta dele, ou por simples competitividade. Às vezes matamos um pouquinho de quem amamos. O termo “matar” é forte? Talvez. Mas é o que acontece. Os pequenos cortes, se não tratados infeccionam e podem causar grandes estragos. Toda vez que ferimos alguém, morremos um pouco também, matamos o nosso eu que havia conquistado lugar na alma da outra pessoa.
Destempero, angústia, agressão. È o doutor e o monstro, Dr. Jekyll & Mr. Hide. Quando voltamos da jornada da transformação, fica um pouco do gosto amargo da fórmula. Nos perguntamos, como pudemos beber daquele veneno. E talvez esse questionar seja o melhor jeito de sabermos que nos tornamos humanos, no melhor sentido da palavra, novamente.
A diferença entre toda a raça humana nascida para matar e os bárbaros de nossa história, e os piores criminosos que hoje andam soltos por aí, é exatamente essa consciência. O parar para pensar e perceber o momento de insanidade a fim de estar pronto para resistir ao cálice de ódio quando ele nos for oferecido.
Assim conseguimos separar o homem do monstro. O poder de se arrepender, de aprender com aquilo que é ruim na sua própria natureza e melhorar. Os monstros não fazem isso. Os animais também não.
Enfim, as guerras estão aí, por culpa dos homens, da briga no trânsito à faixa de gaza. O que muda é que alguns tomam maiores doses do veneno que outros. E alguns têm mísseis e outros não.
Somos assassinos por natureza, mas podemos ser homens por escolha.
Escolha feita todos os dias, para o resto de nossas vidas.
Trilha sonora:
O médico e o monstro -(Resgate - CD "Até eu envelhecer")
"Somos assassinos por natureza, mas podemos ser homens por escolha.
ResponderExcluirEscolha feita todos os dias, para o resto de nossas vidas."
Muuuuito Bom!
De Caim a Jesus!