UM DESENHO POR SEMANA

sexta-feira, 28 de dezembro de 2007

Coisa que irritam nas festas de fim de ano III - Correria


Hoje terminamos a trilogia da irritabilidade das festa de fim de ano. Em meio a isso fica a pergunta: Para que tanta correria? Alguém responda, por favor! Correria para comprar presentes de natal. Pressa para terminar os trabalhos antes de um pseudo-feriado prolongado (isso praticamente não existe mais em fim de ano, com muita sorte você ganha o 25 de dezembro e o dia primeiro de janeiro, se conseguir). Pressa para se arrumar para ir à ceia na casa de parentes ou pra conseguir comprar alguma peça de picanha razoavelmente boa para queimar na grelha da casa um de um amigo seu, na virada do ano. Pressa, correria, ansiedade.

Ressaca de natal, quase não mais existe. No dia 26 já estamos correndo pro trabalho, ou pro reveillon, ou pra outras confraternizações ou pra arrumar a casa pra receber aquele parente que vem nos visitar. Estamos correndo, não sei para onde.

O que você faz o ano todo? Coincidência, você correu. Corre 46 semanas por ano e quando chega o fim dele, você pensa em desacelerar, mas corre, corre mais ainda. Acumula obrigações profissionais, com desejos profissionais, somados a obrigações sociais com desejos e prazeres sociais tendo se equilibrar nas 24 horas do dia. Não pára. Mas você não reclama, afinal é melhor correr do que não ter nada pra fazer ou ninguém te convidar pra nada, ou não ter quem presentear, ou ficar sem o trabalho que te sustenta. Certo, todos concordamos. Mas para que tanta atividade?

Se você for um dos doidos que correu ou vai correr para ir ao litoral, lamento, sua pressa resultará em lentidão. Congestionamentos quilométricos, calor e irritação. É, nem preciso dizer que congestionamento na estrada irrita e muito.
Não sou dado a provérbios populares, mas você já ouviu que “o apressado come cru” ou que “a pressa é inimiga da perfeição”. Apesar disso, continuamos na de correr. E nos cansamos mais do que precisaríamos. Erramos tanto por ser levado pela correnteza dos outros, quanto por nossas necessidades de fazer, estar, participar, ver, ou pela simples falta de dar valor ao silêncio e a quietude. Talvez seja papo de velho, mas sei que se você parar pra pensar gostaria que as coisas fossem um pouco mais tranqüilas.

Comemorar com os amigos é bom. Estar com a família é bom. Trabalhar é bom, ir à praia então nem se fala. Dar e receber presentes é ótimo. Ma parece que a gente faz essas coisas e não as aproveita ou cansa com elas. Se isso tudo é prazeroso, acabamos com nossa avalanche de atividades tornando a maioria das coisas enfadonhas ao extremo. Aproveitar a vida é mais que correr. Para isso temos que prestar atenção no tempo com os amigos, no nosso trabalho, na nossa família e em todos os presentes que ganhamos, sejam eles materiais ou não.

E para desestressar, aposto que em meio à pressa durante a preparação para uma longa noite de fogos de artifício, em 31 de dezembro você estará assistindo a São Silvestre.
Talvez corrida não, mas correria certamente irrita.

Categoria: psico-sócio-fisio-cronólogica
Nível de irritabilidade: Alto
Capacidade de escapar: A não ser que você se refugie no Tibet, meu filho, nem Jack Bauer...

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