UM DESENHO POR SEMANA

terça-feira, 2 de junho de 2009

O que é que se pode fazer

Como é que um air bus some? É simplesmente louco uma coisa dessas numa época em que qualquer pessoa está conectada o tempo todo, a tudo, em que se fala ao celular em continentes diferentes, em que se vê o interlocutor de um laptop ou mesmo do telefone móvel, esteja onde ele estiver. Época de câmeras por todos os lados, grampos, radares, satélites. Como assim um avião daquele tamanho desaparece e perde o contato? É insano e mostra o tamanho do ser-humano. Não adianta a tecnologia, conhecimento, pesquisa. Nós temos limites. Não sabemos tudo, e no final das contas podemos muito pouco.

Nossa ciência nos ajuda e nos atrapalha. Encurta as distâncias (como os anúncios de celulares nos prometem) e as alonga na mesma medida. Facilita nossa vida, poupa o nosso tempo de trabalho e nos faz trabalhar mais ainda.

E tudo isso não é de agora. No livro a Cidade e as Serras, de Eça de Queiroz, o personagem Jacinto, no século 19 vê-se dependente das novidades científicas, de utilidades domésticas modernas para a época, mas do mesmo jeito percebe que nenhuma delas resolve sua vida e o conforto que elas dão às vezes é diretamente proporcional às dores de cabeça que rendem. Ao mesmo tempo em que ama a “modernidade” se decepciona com ela.

Não há tecnologia de ponta suficiente que nos resolva tudo. Continuamos pequenos, e não importa o quanto sejamos unidos globalmente, ou quanto nosso conhecimento se multiplique nosso poder é pouco. As coisas irrefutáveis da vida continuam do mesmo modo.

Muito se fala em ser simples, viver de maneira simples, ter prazeres simples. Mas parece que ser simples nesse mundo é muito complicado. Nós estamos sempre correndo atrás do vento.
E é nessas horas que deve chegar aos nossos ouvidos “Olhai os lírios do campo...”.
Creio que ainda vale a pena tentar.

2 comentários:

  1. é meu amigo, somos muito pequenos e abusados.

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  2. Num primeiro momento pensei que seria bom o Galvao Bueno estar na aeronave. Depois achei melhor não. Senão, a Globo faria dele um mártir. Eca. Também, como cristãos,não devemos desejar o pior para ningém.

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