UM DESENHO POR SEMANA

quarta-feira, 3 de março de 2010

O crítico da crítica – Idas e vindas do amor

O que tem o cara aí do lado com o filme? Você já vai entender.

É impossível não comparar Idas e vindas do amor (Valentines Day, 2010) com Simplemente amor (Love Actually, 2003). E nesse momento o primeiro de saída começa perdendo.

Nem mesmo Simplesmente... é original na premissa do número de histórias de amor curtas e entrelaçadas com desfechos variantes. Mas Idas e vindas é bem inferior, não tem a poesia do primeiro, além de ter até momentos e personagens idênticos. Mas eu gostei, não amei, gostei, me diverti e foi isso (o cinema também serve para isso).

Na verdade, estou mais aqui para falar da crítica do que propriamente do filme. Vi um crítico respeitado falando na TV sobre o filme, que era careta porquê um certo romance gay só aparecia no final. E mais, que os americanos eram caretas, por causa disso.
 
Ué ? Careta? Em um filme sobre o dia dos namorados entre várias histórias de amor das mais diversas há uma gay, isso é ser careta? Os americanos são caretas por causa disso? Talvez seja uma nação hipócrita (generalizando muuuuito), mas careta certamente é que não são.

E o Brasil, é uma nação careta? O que você acha? Samba, carnaval, rebolation, calor, roupa liberada na praia...
Então, eu assisti o filme em um dos milhares de cinemas desse país na cosmopolita cidade de Campinas, estado de São Paulo, Brasil. Não é a mais desvairada das cidades mas também não tem lá uma fama que orgulha os machões de plantão.

Pois é, e foi lá que na cena onde o casal gay se revela ouvi um dos maiores “ohhhhh” de desaprovação, susto e decepção, jamais percebido por mim em uma sessão de cinema (comparável ao beijo do personagem travesti de Rodrigo Santoro em Carandiru).

Pensando dessa forma, posso dizer que se os EUA são caretas e o Brasil é careta. Dois países bastante diferentes, com formação religiosa, histórica, social e econômica, bem distinta e até hemisférios opostos. Quer dizer que não somos tão diferentes dos americanos então? Ou eles é que são iguais a nós?

Essa coisa de dizer o que o outro é ou não, é extremamente complicada, principalmente se não se conhece a si mesmo. Talvez o tal crítico necessite conhecer o próprio país em que vive antes de dizer o que o outro é.

E outra, o que é ser careta? Quem pode dizer isso de alguém? Para não ser careta é necessário que todo filme seja Brokeback Montain? Precisa chocar? Estamos falando de uma comédia romântica...

Ah, mil perdões aos americanos a quem chamei de hipócritas. Afinal amo e odeio a cultura de vocês. Certamente como o senhor crítico do filme.


Detalhe: Você não vai ver metade das cenas do trailer no cinema, já que foram cortadas da edição final Talvez veja algumas nos créditos...

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