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terça-feira, 21 de junho de 2011

Os filhos dos filhos dos anos 80


Para todos os lados que eu olho existem crianças até 1 ano ou mulheres grávidas. E as que não estão grávidas estão planejando ficar. Não, não estou ficando louco. E o fato é facilmente explicável. Eu tenho 33 anos e não tenho filhos.

Ok, não é só isso. Eu participo de uma geração e grupo de pessoas, que é um fenômeno sociológico. De meu círculo de amigos próximos, sem pensar muito, são sete casais que estão na faixa entre 30 e 36 anos que acabaram de ter seu primeiro filho, de engravidar ou estão nos últimos meses da gestação. Dentre estes há também os que estão pensando, pensando muito no assunto.

É aí que reside o fenômeno, o tal do pensar muito na questão. Esta geração nascida entre o meio dos anos 70 e o início dos 80 tem algumas características particulares, dentre elas:
  • o estabelecimento da mulher como co-provedora da casa;
  • a saída tardia dos filhos da casa dos pais;
  • e a busca incessante por formação e especialização acadêmico-profissional.

Isso fez com que uma boa leva de pessoas nessa faixa etária esperasse mais pra casar, para investir na formação. Os que casavam mais cedo esperavam um pouco mais para ter filhos, para conquistar o ideal financeiro ou profissional para depois poder se dedicar em tese, de maneira mais tranqüila aos filhos que a partir dali começassem a nascer.

E é no meio de tudo isso, entre uma exigência e outra, que o casal começa a se acostumar com a vida a dois, com todas as benesses nas mãos, com as viagens para onde e quando desejarem, saídas com os amigos independente da hora. O prazer da tranqüilidade para fazer o que quiser em um momento no qual muitos já são maduros, tanto emocional, acadêmico quanto financeiramente.

Passou a ser difícil largar tudo isso. Diferente da geração anterior que esperava a saída dos filhos de casa para usufruir de tudo o que foi conquistado, essa geração conquista as coisas e vai atrás de aproveitar primeiro e criar os filhos depois.

E é por isso que pra todo lado vejo grávidas e grávidos. É claro que essa amostra, não tem qualquer relevância científica, pois além de pequena é muito particular; são amigos meus e é claro, temos muitas similaridades.

Quatro destes casais terão filhos entre agosto e dezembro, e imagino que outros tantos no ano que vem.

É por isso que estou aqui falando de filhos quando não os tenho. Observando uma geração da qual eu faço parte me enxergando em tudo isso. E me preparando para o que vem a frente, percebendo que no final, por mais que nos achemos diferentes, alguns de nós são sim fruto de uma época, de um contexto, de uma mudança cultural, e finalmente de um grupo de pessoas que fez diferença em nossas vidas.

Ah, sim, eu não falei da minha situação. Por enquanto eu e minha esposa não estamos esperando um filho. Estamos curtindo, investindo, conquistando, sonhando...

2 comentários:

  1. Muito bom heim...espero estar nessa lista de amigos...
    bem eu tô pensando muito e querendo muito, só falta a MRV colaborar rsss
    Bjus

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  2. Nós somos mesmo assim Gi, pensamos, pensamos, pensamos, enquanto nossos pais "tinham"!

    Certamente que você e o Keko estão na minha base para a "pesquisa"!

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