Esse video fala da experiência artística de 4 pessoas com essas mídias nos dias de hoje, a razão de serem relevantes e, além do óbvio, o que as diferencia das demais.
Vi aqui
Nos depoimentos, vi nesses formatos retrô, dois atributos que são eliminados nas mídias digitais:
Um quê de ritual
Em
todas elas gasta-se tempo para o uso. Uma série de processos acontecem para
finalmente aproveitar do conteúdo. Ouvir em um LP é, então, como aproveitar de uma refeição
do início ao fim. Preparar cuidadosamente a mesa, colocar pratos e talheres, a
comida e finalmente sentar-se pra saborear o alimento.
O
MP3 é direto, é clicar, baixar, e apertar o play, movendo 2 cm o dedo no mouse ou no
smartphone. É pague e coma (estou tentando não falar fast food, deu pra
perceber?)
Estamos
naquela época do imediatismo da informação e correr mais parece impossível. As
pessoas estão voltando às experiências rituais, o gasto de tempo pra respirar e
aproveitar, até mesmo no ato de ouvir um álbum do início ao fim.
O imprevisível
A não ser
que você não tenha um antivírus, seus arquivos digitais não se danificam. Aquilo
que você baixou (legalmente, é claro) será sempre o mesmo. Isso não acontece
com as mídias retrô. O desgaste do VHS, do Super 8, da fotografia analógica,
causa o conhecido “defeito que é efeito”. O Instagram está aí que não nos deixa
mentir, com sua série de filtros que embelezam, “estragando as fotos”. Precisamos
desses filtros pra resgatar os efeitos do tempo, da química, do erro, pois nossos
arquivos perenes de hoje em dia, deixaram o mundo chato.
Esse
imprevisível torna único o mesmo disco, a mesma paisagem fotografada. Isso
atrai quem quer autenticidade, dentro de um mundo que desde sempre tenta
massificar, tornar tudo igual.
Ignorando a questão da arte das capas e o próprio design das máquinas, vitrolas etc, o retrô tem
sempre os dois lados: um gostinho de um passado idealizado e uma reflexão sobre
o que vemos e como estamos hoje.
Bom pra
curtir, lembrar, viver e pensar.
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