Quando a gente está a perto de entrar em férias, fica numa ansiedade quase infantil, daquelas do mês de julho mesmo, de não precisar fazer lição de casa ou acordar cedo pra ir à escola. Como se pensasse como uma criança que planeja dizendo “vou chamar fulano pra jogar videogame, vou na rua de cima brincar de esconde-esconde, vou na casa de cicrano ficar até tarde, vou jogar bola, vou, vou, vou...” e se fosse fazer realmente tudo mesmo, precisaria ficar 24 horas por dia acordado.
Descansar, divertir-se, fazer o que der na telha pode dar muito trabalho. Afinal quem nunca come melado...quando chegam as férias pode acabar por não conseguir abrir o pote para se lambuzar. Fora que no meio de tudo isso teve uns supermercados para ir, umas contas para pagar, uns problemas para resolver, umas visitas para cumprir e umas limpezas para fazer, e umas obras no prédio para aguentar.
Tudo bem, não foi tão ruim assim, viajei através das fotos e vídeos da minha esposa na Europa a trabalho e fiquei um bom tempo com ela aqui. Assisti a dois filmes cult, um deles decepcionante e o outro melhor do que eu pensava. Compus uma canção, falta arranjá-la, mas acho que basicamente está pronta. Fui ao cinema uma vez, às dez para as três da tarde. Dormi até tarde, tomei alguns bons cafés da manhã.
E tem mais, em outubro ou novembro completo minhas férias, vinte dias. Aí ninguém me segura. Termino meu livro, vou desenhar, estudar violão, organizar os vídeos no laptop, pintar a parede do quarto, viajo com a Cyn, quem sabe não brinco de esconde-esconde na rua de cima?
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