UM DESENHO POR SEMANA

sexta-feira, 11 de julho de 2008

Eu voltei de férias. E aí?


Quando a gente está a perto de entrar em férias, fica numa ansiedade quase infantil, daquelas do mês de julho mesmo, de não precisar fazer lição de casa ou acordar cedo pra ir à escola. Como se pensasse como uma criança que planeja dizendo “vou chamar fulano pra jogar videogame, vou na rua de cima brincar de esconde-esconde, vou na casa de cicrano ficar até tarde, vou jogar bola, vou, vou, vou...” e se fosse fazer realmente tudo mesmo, precisaria ficar 24 horas por dia acordado.

Há dez dias eu estava quase assim. “Vou viajar pra algum lugar com a Cyn, nem que for por um dois dias, vou ao cinema às duas da tarde todo dia, vou acordar tarde alguns dias, vou fazer umas ilustrações para a Revolta dos Gatos, vou começar a escrever um livro, terminar de ler um outro, vou alugar uns dez DVDs de filmes cult, vou compor umas cinco músicas, vou dormir, vou descansar, vou reorganizar meus arquivos no laptop, vou comprar pão fresco e jornal toda manhã , vou, vou...Bem, já sabem, não fiz nem metade disso. Talvez alguém possa pensar que é problema de foco. Quis fazer muita coisa e não fiz quase nada. Talvez possa pensar que a vontade de comer me deu tamanha gula que meu bolso, quer dizer meus parcos 10 dias de férias, ficaram constrangidos diante do tamanho da conta, ou melhor, do número de coisas que eu queria fazer em tão pouco tempo.

Gula, volúpia, inocência, falta de foco, dêem o nome que quiserem. A verdade é que diante do ritmo em que vivemos, as férias, oniricamente falando, evocam isso. Uma liberdade total, inexistente nos dias comuns de trabalho. Um poder quase que ilimitado de ser o que quiser e fazer o que puder. Tal poder pode ser paralisante, afinal não estamos acostumados a fazer isso, incluindo os que acham que são donos do próprio nariz.

Descansar, divertir-se, fazer o que der na telha pode dar muito trabalho. Afinal quem nunca come melado...quando chegam as férias pode acabar por não conseguir abrir o pote para se lambuzar. Fora que no meio de tudo isso teve uns supermercados para ir, umas contas para pagar, uns problemas para resolver, umas visitas para cumprir e umas limpezas para fazer, e umas obras no prédio para aguentar.

Tudo bem, não foi tão ruim assim, viajei através das fotos e vídeos da minha esposa na Europa a trabalho e fiquei um bom tempo com ela aqui. Assisti a dois filmes cult, um deles decepcionante e o outro melhor do que eu pensava. Compus uma canção, falta arranjá-la, mas acho que basicamente está pronta. Fui ao cinema uma vez, às dez para as três da tarde. Dormi até tarde, tomei alguns bons cafés da manhã.

E tem mais, em outubro ou novembro completo minhas férias, vinte dias. Aí ninguém me segura. Termino meu livro, vou desenhar, estudar violão, organizar os vídeos no laptop, pintar a parede do quarto, viajo com a Cyn, quem sabe não brinco de esconde-esconde na rua de cima?

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