Tenho uma novidade para você. Talvez você seja insuportável. Talvez você tenha entrado nesse blog por engano, mas digo, assim, na boa, pelo menos para alguém, talvez haja uma pequena possibilidade de você ser uma pessoa que não dá para agüentar.
Mas espere um pouco, vamos do início. Essa reflexão começou numa padaria.
Colegas de trabalho, namorados, não sei. Moço e moça almoçavam enquanto eu devorava um salgado. No começo o papo me soava como a voz da professora do Charlie Brown, já que fazia coro com todo o resto do burburinho dos clientes do local. Foi quando ela soltou um sonoro “ele é insuportáaaaavel, ninguém agüenta o cara lá”, o que sugeriria pelo resto da conversa que se tratava de algum “colega” de trabalho.
Além do fato de a vergonha na cara já fazer eu não querer escutar mais, um pensamento me veio e deu um efeito de fade out na conversa do casal (ou colegas, sei lá). “Nossa, todo mundo conhece alguém insuportável... e provavelmente todo mundo é insuportável pra alguém”. De repente cerca de um milhão de minhas mais irritantes idiossincrasias se misturavam com o rosto de pessoas que eram para mim, como disse a moça, “INSUPORTÁAAAVEIS”. Os dois lados da moeda.
Não tem jeito. Não importa se você tenta ser legal, uma hora você vai ser insuportável. Aliás, se você tenta ser legal a chance é mesmo grande, já que não há espontaneidade na coisa. Agora se você é a pessoa mais legal, tolerante, bondosa, altruísta, simpática, profissional do mundo, ainda assim alguém não gosta de você, e provavelmente exatamente por esses motivos. A perfeição também irrita.
Talvez você me diga “Ok, às vezes eu posso irritar alguém, eu não sou perfeito, mas insuportável?”. Bem, eu não garanto que você seja, mas a possibilidade é grande de de vez em quando você ser o que se chama por aí de MALA.
Mas não se desespere, não fique macambúzio. Você pode continuar sendo uma pessoa legal mesmo assim! Aliás, talvez você seja muito legal. Encare isso, ninguém agrada todo mundo o tempo todo, e você em alguns momentos pode ser dose para leão. Isso nos leva que é para isso que existem amigos, família e principalmente o cônjuge, gostar de nós mesmo com nossas esquisitices, manias e defeitos. Acredite, não é para qualquer um, aguentar e ser aguentado.
Confesso, o almoço daqueles dois provocou uma reflexão sobre mim. Mas não esqueça, a coisa é sobre você também! E sobre todo mundo.
Mas chega de falar disso antes que o texto fique insuportável.
orelha em pé.
ResponderExcluirabraço