No final de ano a gente pensa muita coisa. Ou simplesmente analisa um pouco mais profundamente. Apesar da correria para últimas entregas, acertos de contas, negociações das festas de fim de ano, é o momento em que alguns de nós pensam mais fortemente sobre algumas coisas. Possivelmente porquê a iminência de um novo começo nos faz esperar por mudanças daquilo que achamos que precisa melhorar, ou ainda nos faz imaginar se é possível acontecer aquelas coisas que mais desejamos.
Foi um momento desses que me fez escrever esse texto. E o momento não era nem exatamente meu. Mas de certa forma eu participei dele.
Numa terça em que conversávamos sobre nossos projetos criativos, Keko Honorato e eu começamos a divagar sobre como o mundo nos engolia de uma maneira tal que percebíamos mas não conseguíamos sair. Percebemos que ficamos presos com nosso consentimento, numa teia que nos confunde, nos maravilha, nos faz acelerar sem muitas vezes nos deixar sair do lugar.
Estávamos falando do mundo de hoje, da vida de hoje, da internet de hoje.
Infinita geração de conteúdo implica em quantidade infinita de conteúdo pra ver, seja ele bom ou ruim. O número de redes sociais existentes se não causa dependência, pode tragar para dentro de si a pessoa que quer se relacionar tanto socialmente, como profissionalmente. Um reflexo do que é o nosso tempo.
Surgiu a pergunta “como esses caras do twitter, os profissionais, conseguem tempo pra ficar na internet o dia inteiro twittando, procurando e gerando conteúdo e trabalhando (sim, muitos têm empregos)? E todas as outras coisas? E o foco, está no quê?”
Nesse momento, meu amigo Keko Honorato, se percebeu enredado pelo tempo sem tempo em que vivemos. Dentro e fora da web. Tempo em que você tem que tirar momentos para só pensar, meditar, mas com hora marcada e se possível com despertador no celular “hora de parar e pensar”. Tempo em que deixamos de fazer o que gostamos para trabalhar, e deixamos de trabalhar pra fazer coisas que gostamos, e acabando não fazendo nenhum nem outro. Tempo em que exigimos de nós dar conta de tudo, da casa, do trabalho, do freela, de administrar 2 blogs, do twitter, do MSN, do Orkut, Facebook, da família, e de repente do cachorro.
Eu tive essa iluminação há algum tempo. Organização, foco, prioridade e escolha prévia. E mais, não se preocupar com o que não merece preocupação. Parece óbvio, só se organizar, escolher o que você quer e realmente precisa fazer. Mas não é. Como disse antes, somos engolidos pelo mundo e nem percebemos. Desde as horas que passamos no trabalho até o trabalho que nos dá ter que fazer até as coisas que nos dão prazer. Foi isso que eu disse para o Keko. E foi isso que ele me disse:
“Já comecei a aplicar nossa conversa. Realmente faltava organização e disciplina. Agora acho que vou dar conta de tudo o que tenho pra fazer. Me concentrando em coisas realmente importantes pra mim. Sem messenger, twitter ou internet pra me atrapalhar. Ontem rendeu muito.”
Obrigado hein. Você salvou uma vida.”
Obrigado hein. Você salvou uma vida.”
Eu não estou dizendo para você nunca mais abrir os browsers, até porquê se assim fosse, você não estaria lendo esses pensamentos aqui.
Ah, e eu não salvei a vida dele, apenas passei para frente aquilo que tenho re-tentado a aplicar na minha vida. “Transforme-se pela renovação da sua mente, e não se conforme com aquilo que você vê por aí” (Rm 12;2)
Realmente esclarecedor esse texto cara. Bem como são nossas conversas. Tenha certeza que quem ler vai "para pra pensar".
ResponderExcluirContinue assim, você está realmente mexendo na vida de alguns, como eu.