UM DESENHO POR SEMANA

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

07 de setembro

Hoje serei independente de tudo e de todo mundo.
Do status quo, da vida agitada, do trabalho, da função, do talento ou da falta dele, da competência ou da incompetência.

Serei independente do horário e da falta de tempo.
Serei independente da minha falta de coragem ou do meu excesso de atitude.
Hoje eu serei independente da falta de patriotismo ou do ufanismo que eu nunca vi por aqui                                                                                                                                                                                            
Serei independente da roupa certa, da hora do almoço ou da comida que me faz bem.
Serei livre para descansar ou para cansar. Serei independente até mesmo do ócio obrigatório, caso eu queira.

Serei livre de precisa dizer, de significar, de parecer. Livre para desafinar, para errar, para mal conjugar, para escorregar.

Darei meu grito de independência de tudo que não é, mas deseja ser em cima de nós.
Gritarei às margens da pia da cozinha, ou do riacho de uma cidadezinha distante.
Bradarei “liberdade” com punhos cerrados e sorriso no rosto, com revanchismo e amor ao mesmo tempo.

Dançarei suavemente com meus 90 quilos e tombarei no chão de exaustão.
Sonharei com meus olhos abertos, livres de telas, independente das imagens delas.
Serei livre de mim mesmo, das minhas neuroses, da minha autocensura.

Serei livre do resultado e da performance.
Serei livre da arte e do fazer.
Livre da beleza e até da emoção, independente da necessidade, do desejo e da busca.

Mas não serei livre de pensar que a independência que se grita dia sete de setembro é só pra brasileiro ver.
  

4 comentários:

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