Reproduzo aqui o texto que postei lá, veja se bate:
Amor é trabalho, meu filho!
Falar sobre
o amor não é coisa lá muito fácil. Todo mundo já o fez, inclusive eu. Mas tenho
lido algumas coisas que me fizeram pensar nele novamente.
Escrevi
outro dia numa rede social perto de você, que o amor era como honestidade, não
tinha como acabar. Você decide que por algum motivo agirá desonestamente e aí
passa a não ser mais honesto. Honestidade é então, uma decisão diária, minuto a
minuto, segundo a segundo, que no montante do tempo faz de você alguém íntegro.
A honestidade
não acaba por acidente ou de forma espontânea, é uma escolha que se faz a cada
bifurcação moral e ética que surge a nós todos os dias.
Assim é o
amor, uma escolha, uma decisão, milhares de ações e expressões. Não tem como
acabar, mas sim ceder ao não amar, que convenhamos, é muito mais fácil. Não
amar é a natureza do ser humano. É só olhar para os lados. Apesar de sermos
seres sociáveis, quando somos provocados por chefes, motoristas no trânsito,
colegas de trabalho, parentes e até mesmo nossos cônjuges, nossa primeira
atitude é não amá-los. O desejo primário é rechaçar aquilo que nos confronta –
e aqui não julgo a legitimidade da ação do nosso confrontador, mas foco no
confronto em si. Odiar
é muito mais fácil, não é necessário exercício, esforço para isso. Basta que
invadam nossas fronteiras, nosso conforto, mexam com a gente e lá vem o Hulk.
Amor é um
negócio que exige atenção, cuidado, dedicação. Não é espontâneo, fica
espontâneo após o exercício costumeiro dele. Sim, o amor é como andar de bicicleta:
é necessário aprender a pedalar, a se equilibrar e,e,e....você tem que
continuar pedalando.
Se parar,
ele, amor, continua andando por um tempo, mas a força da inércia também acaba uma
hora e o piloto da bike certamente vai cair para um lado.
A essa
altura imagino que você tenha entendido que não falo especificamente do amor
romântico, mas inclusive dele.
Quando cita-se
o “amar ao próximo” é exatamente desse exercício que falamos. Ninguém cai de
amores (o que convencionamos chamar paixão) por todo mundo, em todo tempo, logo
de cara. Mas quando diante de uma determinada situação escolhemos agir
racionalmente com amor em relação a alguém, eis aí o “amar ao próximo”. Quanto
mais fazemos isso, mais atentos ficamos para as necessidades do outro, seja ele
quem for. Como na bicicleta é com o pedalar e equilibrar, o enxergar e o sentir
essas necessidades ficam cada vez mais automáticos.
Não, eu não
sou o bom samaritano, nem um mártir que aceita as pancadas do mundo com sorriso
no rosto. O cara verde está aqui em mim só a espera de uma pisada no pé pra
sair. Também não estou dizendo que amar é ser passivo, subserviente. É o
contrário disso, amor é ação. E é exatamente por isso que falo desse exercício.
O amor não é um conto de fadas, ou um sentimento bonito que se tem e pronto. É
um dom a ser desenvolvido. E aqui, como diria o técnico Muricy Ramalho, “é
trabalho meu filho” e do pesado. Quem encara?
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