UM DESENHO POR SEMANA

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

Então, amor.

Escrevi sobre o amor em minha coluna no  Portal do Cambuí semana passada. Aí vi esse video hoje. Acho que combinam.



Reproduzo aqui o texto que postei lá, veja se bate:


Amor é trabalho, meu filho!

Falar sobre o amor não é coisa lá muito fácil. Todo mundo já o fez, inclusive eu. Mas tenho lido algumas coisas que me fizeram pensar nele novamente.

Escrevi outro dia numa rede social perto de você, que o amor era como honestidade, não tinha como acabar. Você decide que por algum motivo agirá desonestamente e aí passa a não ser mais honesto. Honestidade é então, uma decisão diária, minuto a minuto, segundo a segundo, que no montante do tempo faz de você alguém íntegro.
A honestidade não acaba por acidente ou de forma espontânea, é uma escolha que se faz a cada bifurcação moral e ética que surge a nós todos os dias.

Assim é o amor, uma escolha, uma decisão, milhares de ações e expressões. Não tem como acabar, mas sim ceder ao não amar, que convenhamos, é muito mais fácil. Não amar é a natureza do ser humano. É só olhar para os lados. Apesar de sermos seres sociáveis, quando somos provocados por chefes, motoristas no trânsito, colegas de trabalho, parentes e até mesmo nossos cônjuges, nossa primeira atitude é não amá-los. O desejo primário é rechaçar aquilo que nos confronta – e aqui não julgo a legitimidade da ação do nosso confrontador, mas foco no confronto em si. Odiar é muito mais fácil, não é necessário exercício, esforço para isso. Basta que invadam nossas fronteiras, nosso conforto, mexam com a gente e lá vem o Hulk.

Amor é um negócio que exige atenção, cuidado, dedicação. Não é espontâneo, fica espontâneo após o exercício costumeiro dele. Sim, o amor é como andar de bicicleta: é necessário aprender a pedalar, a se equilibrar e,e,e....você tem que continuar pedalando.
Se parar, ele, amor, continua andando por um tempo, mas a força da inércia também acaba uma hora e o piloto da bike certamente vai cair para um lado.
A essa altura imagino que você tenha entendido que não falo especificamente do amor romântico, mas inclusive dele.

Quando cita-se o “amar ao próximo” é exatamente desse exercício que falamos. Ninguém cai de amores (o que convencionamos chamar paixão) por todo mundo, em todo tempo, logo de cara. Mas quando diante de uma determinada situação escolhemos agir racionalmente com amor em relação a alguém, eis aí o “amar ao próximo”. Quanto mais fazemos isso, mais atentos ficamos para as necessidades do outro, seja ele quem for. Como na bicicleta é com o pedalar e equilibrar, o enxergar e o sentir essas necessidades ficam cada vez mais automáticos.

Não, eu não sou o bom samaritano, nem um mártir que aceita as pancadas do mundo com sorriso no rosto. O cara verde está aqui em mim só a espera de uma pisada no pé pra sair. Também não estou dizendo que amar é ser passivo, subserviente. É o contrário disso, amor é ação. E é exatamente por isso que falo desse exercício. O amor não é um conto de fadas, ou um sentimento bonito que se tem e pronto. É um dom a ser desenvolvido. E aqui, como diria o técnico Muricy Ramalho, “é trabalho meu filho” e do pesado. Quem encara?    


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