UM DESENHO POR SEMANA

segunda-feira, 7 de abril de 2014

Noé: é ou não é?


O trocadilho é ruim e dizem que o filme também. Sim, dizem pois você vai ler aqui sobre minha impressão de um filme que eu não vi. Na verdade verdadeira o que vou falar é da repercussão. Você pode achar estranho eu falar da repercussão de algo que eu não vi, mas é ainda pior: é a repercussão da repercussão.
Calma, que a gente resolve. Começou com as redes sociais, sempre elas. Pelo menos nos meus perfis o que surgia era gente reclamando de outra gente que reclamou da pouca fidelidade do roteiro em relação à história original. O argumento era que reclamar dessa disparidade entre produção é fonte não fazia sentido já que era um filme e como tal, não se poderia esperar algo diferente. E aqui vão dois pontos:
1. Eu não vi ninguém, sério, ninguém em nenhuma rede, reclamar do conteúdo. Já os reclamadores a respeito da reclamação eram inúmeros.
2. Como assim não faz sentido reclamar? Tem coisa mais frustrante do que você conhecer uma história, ir a té o cinema pra vê-la e não conseguir? (Tá, tem, mas você entendeu). Ou porque é da bíblia pode mudar numa boa? Isso acontece com filmes e a indignação das pessoas acompanha. É clássico o pensamento de que não é bom assistir um filme depois de ler o livro.
Posso dar três exemplos:

O caçador de Pipas. O livro tem muitos acontecimentos e com o gasto de páginas relacionados a cada um deles relativamente bem utilizado. O filme da desespero de ver. Por haver muito conteúdo, de repente no fim da história os acontecimento são contados com pressa e você não vê o final.










Vamos para um brazuca. O Matador. O livro da Patrícia Mello, narra a história de um assassino de aluguel que entra no crime depois de uma aposta perdida. O enredo se passa em São Paulo. No cinema a história foi mudada para o Rio, com todas as gírias e regionalismos. O personagem principal tinha um porquinho chamado Gorb em homenagem a Gorbachov. No filme o nome muda para Bill, de Bill Clinton. Sério? E essa são apenas duas das mudanças, mas o efeito é que o filme te perde de cara, pois você não acredita mais no que vai passar ali, e o protagonista ser feito por Murilo Benício também não ajuda.



Outro filme é Febre de Bola (Fever Pitch), baseado no  livro de Nick Hornby, autor do ótimo Alta Fidelidade e O grande Garoto. Um se passa na inglaterra o outro nos EUA, um fala de futebol e o outro de baseball. 

Sim, o filme é mais sobre as relações e de como o personagem do filme precisa amadurecer. Mas, para nós brasileiros o fator futebol conta muito e imagino que para os ingleses também.
A questã é que nas redes sociais tudo se intensifica, somos intolerantes com a opinião do outro, principalmente se ela começa a repetir  na timeline. Senão o fosse, esse texto não existiria.
Assim, não posso falar de Noé, sua fidelidade ou não com a Bíblia. Mas posso dizer: ver uma história muito diferente do que você leu é frustrante, tenha ela crença envolvida ou apenas vis detalhes como cidade, país ou modalidade esportiva.

Então, patrulha, descansar, né?

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