UM DESENHO POR SEMANA

quinta-feira, 31 de julho de 2014

A prática da minha teoria.


Esse é um daqueles textos sem ideia. Tá, ele tem uma ideia, mas não é uma tese, é só um desafogo, sem sentimentos ruins, sobre o exato momento que se vive. Alguns chamariam isso de crônica, outros mandariam eu calar minha boca e contar logo a história, assim, prossigamos. O amor de um pai pelo filho que ainda não nasceu é diferente do amor da mãe, isso todo mundo sabe, estamos combinados. Eu me emociono mais quando penso no que devo ser pra ele, do que no que ele é pra mim, embora ache que em certa medida uma coisa depende da outra. Só que o que ele tem feito pra mim já é incrível. Pra quem me conhece ou me visita com alguma frequência por aqui, sabe que eu vivo de criar. Não estou falando da minha profissão, mas daquilo que me faz querer mais. Escrever, rabiscar, compor. E na correria da vida  que oprime o tempo da criação, a gente inventa um blog, pra escrever se tornar obrigação. A gente inventa #umdesenhoporsemana pra não esquecer que a mão precisa dar vazão a nossas paixões, transformando-as em formas. Só assim enquanto o caótico reina, só assim.

Mas aí ele foi gerado. Escrevi uma canção com a mãe dele, minha amada, fiz um video, subi por aí. Aí escrevi um texto. Aí escrevi outro. Aí desenhei um convite de chá. Aí decidi desenhar no quarto dele, que em tese é provisório. Aí ele começou a mexer, aí as coisas começaram a se acumular, aí a cada chute dentro do útero, cada soco, cada contato que eu sinto, cada empurrada que ele dá na barriga, empurra a mim. Aí escrevi outra música, aí quis fazer um clipe, aí, aí, aí.
Aí que não há tempo pra tudo que ele me inspira a fazer. Mesmo. Antes dele, mais de uma vez pedi ajuda para amigos em relação a temas. Com ele eu não preciso. Ele me empurra, assim como faz com a barriga da mãe. Ele faz eu me mexer, enquanto cresce e vai cabendo menos ali, eu vou cabendo menos em mim e precisando fazer, dizer, contar, mostrar, sair. Se hoje não choro, sofro por não conseguir fazer tudo que ele me move a fazer. Ele não me move a querer ganhar mais dinheiro, embora eu saiba que os custos aumentem, ele me move a ser cada vez mais eu, da melhor forma, assim como um dia minha amada me inspirou e ainda o faz, ele, do zero inicia tudo, abre os horizontes, me provoca e me estimula. E eu fico louco sabendo que não vou fazer metade do que quero, mas feliz por tudo o que eu faço fora da rotina fazer sentido sempre.
Criar é isso, o novo que quer sair, a partícula divina, o haja luz, o big bang que faz explodir no caos organizado da vida.
É, ele empurra a prática da minha teoria.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Expresse-se aqui.

LinkWithin

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...