UM DESENHO POR SEMANA

segunda-feira, 14 de julho de 2014

Toda a verdade sobre o jogo.


A Copa encerrou ontem, mas eu encerro minha participação nela hoje. E apesar de ter muita coisa pra falar, decidi olhar pra como vemos o jogo, não o de futebol.  Meu sobrinho Miguel, pensa em futebol umas 14 horas por dia. Ele tem 7 anos e 10 meses e, como diria a propaganda do frango, nunca viu o Brasil ser campeão. Mas ele viu Messi ser campeão diversas vezes, individual e coletivamente. Miguel ouviu durante toda a copa como deveríamos torcer contra os argentinos, que assim por acaso, tinham Lionel no time deles. E o time do camisa dez, como o do Brasil, não jogava lá muito bem. Mas Messi sempre dava um jeito no final, como Neymar, colega de Messi no Barcelona, aquele time em que os dois hoje jogam juntos, e sabe-se lá porque não ganhou nada esse ano. Miguel, viu a seleção brasileira perder por 7 X 1 e depois por 3 X 0. No primeiro, assistiu os 3 gols inaugurais e começou a jogar futebol no seu 3DS. No segundo jogo, até assistiu e comentou “Falta um 10 nesse time.” Nas duas partidas a mãe de Miguel tentou consolá-lo frente às acachapantes derrotas. O consolo foi em vão, pelo simples fato de que Miguel não estava arrasado. O pior da copa acontecia para todo o brasileiro torcedor ali a sua frente, mas ele não ficou abalado. Para ele, o pior ainda estava por vir. O pior aconteceu no domingo. Na menor apresentação do 10 do Barcelona, a Argentina, ainda que com galhardia, perdeu o título e o jogador que ganhava tudo, não ganhou. Messi pouco viu a cor da bola e assim mesmo ganhou a bola de ouro. Chateado por ter perdido o único título que realmente o levaria ao status de Maradona, que por outro acaso, Miguel não sabe direito quem é. Seus pais vibraram com a vitória da Alemanha. Miguel ficou chateado, ficou de mau humor, foi dormir cedo. Miguel torceu para o melhor, mas o melhor não ganhou e ainda mais, nem melhor foi. Para Miguel Messi era Brasil, porque se o  Brasil é o país do futebol, o Brasil é o país de Messi. Para Miguel não havia sentido em torcer contra o time que Messi jogava. Messi é o melhor do mundo (desculpe, Cristiano Ronaldo), é pra ele que a gente tem que torcer. Miguel deu sentido à sabedoria Cristiana “Se você não for (simples, inocente) como uma criança, não pode herdar o reino”
“Não podemos torcer para Argentina, Miguel!” “Mas por que?” “Porque eles são nossos rivais.” “Rivais? O que é isso?” Eu te respondo, Miguel: é uma coisa que faz parte do jogo de gente grande. Se um é melhor que você, você quer ser melhor que ele. E aí um vai querendo sempre ser melhor que o outro e, e acaba que você sempre quer derrotar o mesmo time, mais que outros. E isso não tem fim. E é isso (além do vil metal) que move não só o futebol, mas o mundo. Um mundo que infelizmente não é como uma criança, e que precisa encontrar graça pra ser um pouco mais.

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