Chorei por Mandela, chorei por mim.
Chorei quando percebi que uma luta como a dele é o impossível possível.
Chorei quando pensei nos chefes de estado lamentando a perda e com tanto poder nas mãos pra realizar, mas pouco fazendo.
Chorei por Mandela, chorei por mim.
Porque exemplos tenho todos os dias,
mas o entretenimento do caos me choca e me anestesia.
mas o entretenimento do caos me choca e me anestesia.
Chorei por Mandela, chorei por nós.
Porque ainda defendemos lados, quando no mundo deveria haver um só viés, o nosso.
Chorei por Mandela, chorei por eles.
Eles são muitos, são quase todos,
tratados como quase nada.
tratados como quase nada.
Eles são eles, elas, são pequenos, grandes, forte e frágeis
Ele deveriam ser nós e nós, eles.
Chorei porque Mandela não representava ninguém, mas sim um desejo legítimo de todos nós, dia a dia abafado pela mentalidade ensimesmada, terror de nosso tempo.
Chorei por Mandela.
Chorei uma lágrima quase seca
Chorei uma lágrima quase azul, quase negra, quase branca.
Chorei porque o mundo vai piorar um pouco mais, se essa lágrima ficar presa no show e não alcançar a liberdade da ação.
Reflexão sem clichês. Muito bom.
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