UM DESENHO POR SEMANA

sábado, 4 de julho de 2015

Vejo vocês no futuro - O desafio

Hoje decidi que vou desafiar meu “eu” futuro. Se você que está lendo é meu “eu” futuro, deve estar irritado comigo agora. Ou talvez esteja me agradecendo por te obrigar a fazer isso. Agora se você não é  meu “eu” futuro não sabe o que está acontecendo. Assim sendo, deixe-me explicar.
Em meio a conversas com amigos e vendo como andam as coisas com a galera jovenzona acima dos 35, percebi diversas mudanças nos participantes da faixa etária antigamente chamada de meia idade. Como todos sabem, de uns tempos pra cá as pessoas começaram a casar e sair da casa dos pais mais tarde. A formação, a pós-formação, a subida de cargo, o apê comprado e o carrão na garagem surgem antes ainda do derradeiro “ sim”, que hoje em dia nem é tão definitivo assim. Os filhos que se sucedem são poucos e chegam depois dos 34, 35 anos, quando, no caso dos nossos pais, já se estava fechando a fábrica no terceiro ou quarto.
Essas diferenças, provenientes de mudanças significativas que ocorreram com eles (nossos pais) fizeram de nós uma geração de transição. Não vou aqui nomear as gerações com letras (x, y, z).
Por essas e outras razões (por exemplo, a expectativa de vida que é maior) dizem por aí que os 40 são os novos 30. Hoje os quarentões (perdoe-me, “eu” futuro) iniciam coisas, muito além do ditado que dizia que a vida começa nessa faixa. Enquanto nossos pais pensavam no plano de carreira, na aposentadoria, nós estamos ainda tentando criar negócios, realizar projetos e, quem sabe, fazer mais uma pós. E é aí que chegamos a mim, hoje, exatamente hoje, dia 5 de julho de 2015, meu aniversário de 38 anos. Com todas essas percepções, novos começos etc, pensei se eu entraria na tal crise da meia idade, ou se já não estava nela. Se não iria viajar na maionese e me vestir como moleque, ou se de repente, ainda não tinha parado de fazer isso. Se meu caráter de artista, com recauchutagem publicitária não me fazia apenas um tiozinho metido a quase jovem de blaser com camiseta hipster, boina virada pra trás e tênis All star (por acaso eu não tenho nenhuma das peças). Se meu filho de dez meses não me fazia achar que era mais jovem ou mais velho do que eu sou e por fim, se nos próximos anos ia passar por um processo de “quarentização” (mil trezentos e dezenove perdões por isso).
Imerso nesses pensamentos tive a ideia que espero que meu “eu futuro esteja no processo de concretização enquanto me lê daqui há dois anos: pensar mais profundamente nessas questões enquanto as vivo, expressá-las em contos, poemas e de repente desenhos até o fatídico 5 de julho de 2017 e publicá-las em um livro. Calma, “eu” futuro, já que você as está ou estará vivendo  até completar seus 40 anos, pode fechar o projeto, compilado, editado e embalado até o ano 41. Assim, fica aqui o desafio triplo:
1. Para mim - viver e expressar o que acontece na perspectiva da minha idade no mundo atual, por aqui, de tempos em tempos.
2. Para meu “eu futuro - Publicar isso tudo (tenha coragem, homem, escute o moleque aqui, manda ver!)
3. Para você que honra este doidivanas, lendo esse delírio oitentista até o fim - Continuar lendo e de repente encher a paciência do “eu” futuro, que no caso será “eu” presente novamente (“que barra pesada, Doutor”) pra levar esse desafio a cabo.
Desafios lançados, aqui e agora me despeço. 
Abraços a todos e “Vejo vocês no futuro”.
Ah, parabéns pra vocês, “eu” com 39 e “eu” com 40.

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