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Segui pra algum lugar que eu não conheço.
E não é isso que todo mundo faz?
Corri com pernas que não são minhas e o tropeço foi maior que
o salto de cima da ponte.
Vi o mundo com olhos de outros, curei minha miopia, mas
peguei conjuntivite.
Experimentei com o paladar alheio, me fiz de gourmet e perdi
o gosto do arroz com feijão.
Assoviei belas canções mentirosas, desafinei minha alegria, esqueci
a harmonia.
Barganhei por coisas que eu nunca gostei e a vantagem da troca
não foi minha.
Meditei horas a fio, encarei minha cara à imagem e
semelhança de mim mesmo.
Perdi o sono, esqueci o sonho em algum canto do quarto de
alguém.
Levantei cedo, lavei meu rosto e aparei a barba do velho ego.
Fiquei um jovem qualquer que há por aí no mundo
Suei pela paga de um salário que não tinha a ver com moeda,
mas era ainda mais vil.
Continuei devendo tudo, repleto do que havia dos outros em
mim e vazio de qualquer senso.
Mas alguém chamou o garçom, pagou a conta e me disse “vai”.
Eu fui, depois de jogar tudo fora e ficar vazio.
E só assim ser de verdade.
"... Assoviei belas canções mentirosas, desafinei minha alegria, esqueci a harmonia."
ResponderExcluir"... Perdi o sono, esqueci o sonho..."
Bem assim. Jean!