Nunca tive uma relação tão próxima como a maioria de meus
amigos, seja hoje, seja na infância. Sempre gostei de jogar, tive alguns, mas
nunca curti tanto quanto os outros.
Quando criança e na pré-adolescência, gastei horas jogando
sim, mas não ao custo de broncas por excesso. Hoje vejo que isso acontecia não
por que eu fosse obediente, mas por não gostar tanto assim daquilo.
Vi amigos chorando, xingando e violentando o atari (tá, eu
tenho mais de 30 anos) pois o videogame o estava “sacaneando” ao provocar
batidas no Enduro.
Vi gente que esperava, pedia, importava (isso era complicado
na época) o console mais moderno pra ter antes dos outros. Vários perderam
provas, ficaram de recuperação “para dar final” no Super Mario, Sonic, Prince
of Pérsia ou gastaram os tubos em fichas pra aprender todos os golpes de Street
Fighter no fliperama (se você tem menos
de 25 anos talvez nem saiba o que é isso) perto do colégio.
Eu nunca fui assim. Nunca terminei um jogo primeiro, nunca
fiquei ávido por um console novo. Quis, mas se meus pais achavam caro, nunca me
esforçava para expressar um desejo maior pela aquisição.
Tive apenas dois games: atari e um turbo game (nintendinho
genérico com abertura que permitia o uso de cartuchos no padrão americano ou
japonês) ambos adquiridos pelo meu irmão mais velho. E foi só.
Toda a evolução Master System, megadrive, superNES, 64 e
depois os XBOX , Wii e PSs da vida foi experimentada chupinzando os amigos e colegas.
Hoje tenho amigos de minha idade, casados, alguns com
filhos, que continuam curtindo muito os novos jogos, compram, parcelam, colocam
na conta do mês o gasto, esperam trailers (no passado eu não entendia
alguém assistir trailer de jogo) e eu não consigo gastar dinheiro com isso.
Questão de prioridades? Sim, também. Mas tem o gosto, como e se aquilo importa
pra você.
Do alto dos meus 34 anos, vejo os games hoje como mais do
que uma indústria de entretenimento eletrônico. Eles já tem história, já
fazem parte da nossa cultura e dizem muito sobre a evolução de costumes e
principalmente da tecnologia dos últimos 35 anos.
Os temas dos jogos, a relação de algumas invenções com a cibernética, sua importância até mesmo em tratamentos de saúde, no
desenvolvimento da indústria, a infuência na forma como utilizamos serviços
bancários, nos relacionamos on line, somos impactados por uma comunicação, o
que vestimos ou mesmo como nossa mente antigamente offline passou a ser
perpetuamente online. Os jogos são parte importante do mundo que vivemos hoje,
não dá pra fugir.
E é essa a relação que tenho com eles. Fico feliz de ter
participado do seu desenvolvimento, de quando viraram indústria, de ter
visto e jogado ícones como Pac Man, Donkey Kong, Mario, Double Dragon, Doom,
Duke Nukem e Mortal Kombat (pra citar poucos)que hoje alimentam milhares de
paródias, memes, músicas e novos produtos.
Fico feliz de entender como as coisas começaram e ver pra
onde estão indo. Vez enquando assisto trailers, leio as notícias sobre o
mercado e outras experimento uma partidinha de um jogo novo (tomo um coro)
quando estou na casa de amigos. Penso na razão do fascínio daquilo, na história
do game, no desenvolvimento, no mercado e aprendo. E aquilo é o suficiente pra
mim.
Mas é claro que pra relaxar, às vezes jogo um Song
Pop[zinho], ou ouço o tema do Super Mario em bluegrass, afinal, ninguém é de ferro.
E pra você, o que ele significam?
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